Imagine finalizar uma obra inteira — fachada pronta, paisagismo impecável, acabamentos de primeira. E então, ao solicitar a vistoria final da prefeitura, receber a seguinte resposta:

❌ “Projeto reprovado. A rampa de acesso não atende à inclinação exigida pela NBR 9050:2020. A acessibilidade está comprometida.”

Foi exatamente isso que aconteceu com um arquiteto parceiro nosso. Após meses de trabalho, ele descobriu que a inclinação da rampa de entrada havia sido executada fora dos limites permitidos pela norma. O resultado? A edificação não foi aprovada, o cliente ficou furioso, e ele teve que demolir a rampa e refazê-la do zero — mesmo com a obra finalizada.

O prejuízo ultrapassou R$ 48.000,00, entre demolição, nova execução, atrasos e desgaste de imagem profissional.

Tudo isso poderia ter sido evitado com a atenção correta a detalhes da acessibilidade ainda na fase de projeto.

Pensando nisso, escrevemos este artigo. Nosso objetivo é alertar arquitetos, engenheiros, gestores de obras e administradores de edificações sobre os principais erros que travam a aprovação dos projetos e geram prejuízos que ninguém quer assumir.

👉 Se você quer evitar retrabalho, multas e frustrações como essa, leia até o fim. Este conteúdo pode literalmente salvar seu projeto — e o seu bolso.

🚧 Os Prejuízos de Ignorar a Acessibilidade no Projeto

Você pode até achar que acessibilidade é “só um detalhe técnico”, mas a verdade é que a sua ausência pode gerar uma avalanche de problemas. Veja o que acontece com frequência:

• ❌ Reprovação nos órgãos públicos (prefeituras, corpo de bombeiros, vigilância sanitária);

• ❌ Obras paralisadas por exigências técnicas inesperadas;

• ❌ Multas e notificações legais (inclusive por denúncia de terceiros);

• ❌ Atraso no alvará de funcionamento;

• ❌ Desvalorização do imóvel ou perda de locatários;

• ❌ Danos à reputação profissional do arquiteto, engenheiro ou gestor.

A boa notícia é: isso é 100% evitável com planejamento e conhecimento técnico.

✅ Os 3 Itens de Acessibilidade que Você Precisa Garantir no Seu Projeto

Vamos começar pelo que não pode faltar para a sua planta ser aprovada:

1. Rota Acessível desde o passeio público

É obrigatório garantir uma rota acessível contínua, segura e sinalizada desde a calçada até a entrada principal. Essa rota pode incluir rampas, calçadas rebaixadas, piso tátil e corrimãos.

📌 Referência: NBR 9050:2020 — Seções 4.3.2, 6.2 a 6.5

➡️ Por que isso é importante? Sem essa rota, a edificação se torna inacessível para pessoas com mobilidade reduzida — e a reprovação é certa.

2. Sanitário acessível em todos os pavimentos de uso comum

Sanitários acessíveis devem ser previstos em todos os pavimentos com uso coletivo. Não basta ter “apenas um” no térreo. Eles devem incluir área de manobra, barras de apoio e todos os elementos da norma.

📌 Referência: NBR 9050:2020 — Seções 7.5.1 a 7.5.12

➡️ Erro comum: Projetar um sanitário maior, mas sem seguir os parâmetros da norma. Isso não será aceito na análise técnica.

3. Sinalização tátil e visual para autonomia das pessoas com deficiência

Isso inclui pisos táteis direcionais e de alerta, placas em braille e sinalizações com contraste visual, especialmente em portas de sanitários, elevadores e circulações principais.

📌 Referência: NBR 9050:2020 — Seções 5.5 a 5.7

➡️ Dica bônus: Use contraste mínimo de 30% para garantir leitura por pessoas com baixa visão — e aprovação tranquila nos órgãos públicos.

⚠️ Os 3 Erros Mais Negligenciados (e que Podem Barrar Seu Projeto)

Agora vem a parte mais crítica: os detalhes que muitos profissionais esquecem — e que costumam gerar exigências ou indeferimentos na análise.

1. Falta de espaço para manobra da cadeira de rodas

Corredores largos não bastam. É necessário prever espaço de giro completo de 1,50m, especialmente próximo a portas, sanitários, halls e cruzamentos.

📌 Referência: NBR 9050:2020 — Seções 4.2.1 a 4.2.5

➡️ Cuidado: Isso impacta diretamente no layout interno e na alocação dos ambientes.

2. Altura incorreta de comandos, como interruptores e botoeiras

De nada adianta um elevador acessível se a botoeira está fora da faixa de alcance de uma pessoa com deficiência. A norma define:

• Alcance frontal: de 0,40m a 1,20m

• Alcance lateral: de 0,25m a 1,35m

📌 Referência: NBR 9050:2020 — Seções 4.4.1 a 4.4.3

➡️ Erro comum: Elétrico instala os comandos antes da vistoria do arquiteto. Resultado: exigência na vistoria final.

3. Vagas acessíveis sem faixa lateral de embarque

Toda vaga reservada para PCD precisa de faixa lateral de 1,20m para embarque e desembarque com segurança, e deve estar conectada diretamente à rota acessível.

📌 Referência: NBR 9050:2020 — Seções 6.7.1 a 6.7.7

➡️ Omissão comum: Vaga com a pintura correta, mas sem a faixa lateral ou sem acesso à calçada.

✍️ Conclusão — Evite Erros Caros e Projetos Reprovados

O arquiteto da história do início deste texto teve que pagar para aprender. Você pode fazer diferente.

Você já entendeu que não basta “colocar uma rampa” ou “aumentar um banheiro”. A acessibilidade é técnica, é norma, é obrigação legal — e, acima de tudo, é respeito.

Se você é arquiteto, engenheiro, gestor de obra ou administra uma edificação, não pode ignorar esses detalhes. Eles são o que separa um projeto reprovado de um projeto bem-sucedido.

📘 Se quiser aprender na prática como aplicar corretamente cada exigência da NBR 9050, conheça o Curso de Acessibilidade Arquitetônica Aplicada, desenvolvido por especialistas do INAER, com base em mais de 750 projetos aprovados em todo o Brasil.

🎯 Não erre onde outros já erraram. Faça parte do grupo que projeta com responsabilidade, segurança e aprovação garantida.